Review – Hollow Knight: Silksong

Hollow Knight: Silksong consegue superar seu antecessor que já beirava a perfeição

No dia 04 de setembro de 2025, fomos agraciados com um dos títulos mais aguardados da indústria dos videogames: Hollow Knight: Silksong. O resultado não poderia ser melhor: mais de 4 milhões de cópias vendidas apenas nos primeiros dias, servidores da Steam, PlayStation Store, Xbox e Nintendo eShop congestionados e notas altíssimas em praticamente todas as análises. Por onde quer que você olhasse na internet, lá estava Silksong — uma recepção mais do que merecida para a sequência de um jogo tão querido e para um pequeno estúdio que transborda amor pelo que faz.

Na minha opinião, Hollow Knight (2017) é um jogo perfeito. Ele não trouxe grandes inovações ao gênero, mas executou tudo com maestria, oferecendo um nível de refinamento acima da média. Foi um dos responsáveis por trazer os holofotes de volta ao gênero Metroidvania e inspirou inúmeros outros títulos, especialmente do cenário indie. Meu ponto aqui é simples: Silksong conseguiu elevar ainda mais esse nível de excelência, entregando uma sequência à altura, cheia de pontos positivos.

A primeira mudança que salta aos olhos é, sem dúvida, a evolução gráfica. Para alguns, pode até parecer o mesmo jogo à primeira vista, mas as cores estão mais vivas do que nunca, a ambientação é impecável e a profundidade do reino de Pharloom é absurda. A quantidade de detalhes em cada mapa impressiona — e não apenas no cenário estático. Um exemplo: ao derrotar um inimigo na Trilha de Skarr, suas carcaças e armas começam a ser levadas por pequenas formigas que habitam o cenário. São dezenas de detalhes desse tipo espalhados por todas as áreas, dando vida ao mundo.

A jogabilidade segue tão fluida quanto antes, mas Silksong expande de forma significativa o leque de possibilidades. Temos novas armas, armadilhas, amuletos e os brasões, que mudam completamente como a Hornet se adapta em combate, permitindo enfrentar inimigos de maneiras únicas. Há combinações surpreendentes que só a experimentação revela, tornando cada aventura verdadeiramente pessoal. As habilidades também foram pensadas para dar ainda mais personalidade e mobilidade à protagonista.

Outro ponto em que Silksong brilha é na narrativa. A história é contada de forma mais envolvente, com um número maior de cutscenes animadas e de qualidade impressionante. Há agora um sistema de objetivos principais e secundários — uma adição muito bem-vinda — e, talvez o mais importante para mim: Hornet interage com outros personagens. Isso dá mais imersão ao mundo e torna a personagem ainda mais carismática.

O áudio segue o padrão altíssimo do primeiro jogo. Mesmo com um idioma fictício, as falas e cantorias são marcantes e ficam na cabeça. Os efeitos sonoros são majestosos e reforçam a atmosfera única do jogo. E, claro, a trilha sonora merece destaque: Christopher Larkin entrega outro trabalho magistral, transmitindo o peso de um reino em decadência, mas também a esperança que Hornet leva por onde passa. A música inspira aventura e dá alma a cada área explorada.

Para quem busca o final verdadeiro, conquistas ou quer experimentar novas builds, Silksong oferece um fator replay excelente. Eu mesmo senti vontade de rejogar testando diferentes combinações de brasões e armadilhas, o que aumenta muito a longevidade. Para quem quer alcançar os 100%, pode esperar muitas horas de jogo bem aproveitadas.

O desempenho técnico segue exemplar: o jogo ocupa pouco espaço no armazenamento e roda de forma consistente na maioria dos PCs, mesmo com diferentes configurações. Encontrei alguns bugs — como um inimigo ficando preso dentro de uma plataforma ou um chefe desaparecendo após um salto —, mas nada que comprometesse minha experiência. Além disso, a Team Cherry já corrigiu a maioria dos problemas rapidamente.

O único ponto negativo que destaco é a economia do jogo em relação aos rosários, a moeda principal usada para bancos, estações de viagem rápida e itens de NPCs. Desde o lançamento, o jogo já recebeu ajustes nesse sistema, mas ainda assim é algo que pode frustrar, já que boa parte dos recursos essenciais dependem dessa moeda.

No fim, Silksong é o suprassumo do gênero Metroidvania. Supera seu antecessor — que já era perfeito — e entrega uma sequência que transborda conteúdo: mapas novos e únicos, uma variedade enorme de inimigos e chefes, NPCs carismáticos, uma história impactante, trilha sonora inesquecível e uma protagonista que, originalmente planejada para ser parte de uma DLC, conquistou seu próprio espaço.

A Team Cherry fez um trabalho primoroso. Ao jogar Silksong, é impossível não perceber o cuidado, a criatividade e o amor dedicados ao projeto. Sem sombra de dúvidas, é um dos melhores jogos do ano, da década e — arrisco dizer — de toda a indústria.

Prós e Contras

Prós

Evolução gráfica impressionante – cores mais vivas, cenários ricos em detalhes e um mundo que parece mais vivo do que nunca.

Jogabilidade refinada e expandida – variedade maior de armas, armadilhas, amuletos e brasões que permitem diferentes estilos de jogo.

Narrativa mais envolvente – maior presença de cutscenes, sistema de objetivos e interações de Hornet que aprofundam a imersão.

Trilha sonora magistral – Christopher Larkin entrega um trabalho emocionante, transmitindo o tom de decadência e esperança do reino.

Excelente fator replay – incentivo para explorar novas builds, buscar o final verdadeiro e completar 100% do conteúdo.

Desempenho técnico sólido – jogo leve, bem otimizado e com correções rápidas para eventuais bugs.

Contras

Economia de rosários desbalanceada – pode gerar frustração, já que a moeda é essencial para progressão e upgrades.

Alguns bugs – inimigos ou chefes podem bugar em situações específicas, ainda que já estejam sendo corrigidos.

Vale a pena?

Hollow Knight: Silksong não é apenas uma sequência, mas uma obra que amplia e refina tudo aquilo que tornou o original tão amado. Ele aposta em evolução, sem perder a identidade do primeiro jogo, oferecendo mais profundidade, variedade e carisma.

É a prova de que mesmo um título que já era considerado perfeito pode ser superado quando há paixão, criatividade e cuidado em cada detalhe.

🎮 Nota final: 10/10

Review realizada no PC (versão Steam).

Pedro Carvalho

Pedro, ou Droka, é um estudante de Ciência da Computação e criador de conteúdo sobre games. Entusiasta de jogos de vídeo game desde bem novinho, sempre busca conhecer títulos tanto antigos, quanto também os mais recentes lançamentos. Dentre seus jogos de paixão, estão Hollow Knight, Outer Wilds, Kingdom Hearts 2, Bioshock, Persona 5 Royal, dentre outros.

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